The Velvet Underground – The Velvet Underground (1969)

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Qualquer um dos quatro álbum do Velvet Underground funciona como uma experiência única, cada um com sua (i)lógica representando os diferentes momentos da curta vida da banda, e escutá-los na sequência de lançamento é sentir essas transições quase fisicamente.

Colocando as coisas dessa forma, do caos de “European son” para a violência de “White light/white heat” um simples arrepio percorre a espinha, numa sensação de explosão contínua. Agora, meus amigos, dos 17 minutos do inferno anfetaminado que é “Sister Ray” para o oceano de águas calmas de “Candy says” é como se a morte viesse doce após uma overdose, beijando seu rosto com suavidade e dizendo ‘fique calmo, está tudo bem’.

Claro, nem tudo é assim no homônimo terceiro disco do VU: já mostram a velha veia saltada em “What goes on”, depois com a igualmente roqueira “Beginning to see the light” e na confusão experimental de “The murder mistery”. Mas num panorama geral este é o recolhimento do Velvet a seu íntimo, a tranquilidade após os espasmos da luz branca de 68.

Tudo isso pode ser resultado da saída de John Cale e da consequente ‘tomada de frente’ pelo gênio torturado Lou Reed e/ou também do fato de seus amplificadores terem sido roubados pouco antes das gravações do álbum. Mas também pode ser que Jesus tenha ouvido uma prece junkie e intercedido naquele final de ano no TTG Studios, onde os Velvets passaram dois meses trabalhando nas dez canções que o compõem.

 

‘Jesus, help me find my proper place
Jesus, help me find my proper place
Help me in my weakness
Cause I’m falling out of grace’

 

Piadas (sem graça) à parte, The Velvet Underground, o disco, é o capítulo mais melancólico e contemplativo na história cheia de som e fúria da banda nova-iorquina, banda que por sua vez ajudou a escrever a história do rock e da música contemporânea. No ano seguinte colocariam um ponto final nessa jornada, com o maravilhoso Loaded, mas isso é papo para um outro dia, ao som do relato das vidas de Jimmy e Ginger Brown, Polly May e Joanna Love. Até lá!

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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